Agora é o momento de empreender

Pra quem está pensando em empreender, agora é a hora.

Nos últimos dias, o sentimento quanto às informações sobre números de mortes por dia, devido ao COVID-19, é que vêm se reduzindo no mundo inteiro, o que pode indicar que o pico do problema já passou.

Mas, ao mesmo tempo, já é certo que teremos ainda muitos problemas que seguirão no universo econômico, e um “novo normal” na relações de negócios. Por isso, eu acho que, se você está conseguindo passar bem por essa fase, muitas oportunidades ainda vão se abrir, e eu acho que agora é o melhor momento para empreender em muito tempo. Explico o porquê:

Por que AGORA é o momento para empreender

Já sabemos que o coronavírus e a necessidade de isolamento social trouxeram muitas reflexões de valores e hábitos, junto com os desafios de restabelecer a economia que combinados, na minha visão, trazem um momento muito propício para renovação do mercado em geral.

Além disso, podemos relacionar o COVID-19 a um grande acontecimento global. Muitas pessoas que admiramos por suas carreiras tiveram um ponto de virada e se alavancaram depois de um momento de grande dificuldade ou de transformação da sociedade, como, por exemplo, a Crise de 1929, a primeira e segunda guerras mundiais, empreendedores tech na bolha da internet de 2000 ou a crise financeira de 2008. Talvez o coronavírus possa ser um momento desses para pessoas que buscam impactar a sociedade com empreendimentos.

Em cinco pontos práticos explico por que eu acho que agora é o melhor momento dos últimos anos para se empreender:

Os melhores processos e conteúdos para se construir um negócio escalável estão aí, de graça e acessível a todos

Nunca tivemos tanto conteúdo e comunidades de qualidade abertas gratuitamente.

Muitos especialistas em empreendedorismo, tecnologia, venture capital e gestão abriram todo seu conteúdo gratuitamente para se criar, validar e escalar um negócio. Alguns deles que me lembro agora:

Soluções No-Code

Existe uma gama de ferramentas, chamadas “No-Code”, que ajudam empreendedores a criarem soluções como aplicativos, dashboards, blogs, lojas online, entre outros, sem precisar criar códigos.

Basicamente, são ferramentas que trazem formas de trabalho customizáveis e que se integram umas às outras, podendo construir soluções bem dignas.

Acredito que, para conhecedores do modelo “Startup Enxuta”, facilita bastante na hora de criar um MVP, começar a testar ou criar soluções para apoiar na escalabilidade de sua Startup. Dificilmente, uma Startup de produtos digitais consegue avançar muito sendo No-Code, mas meu ponto é que qualquer um pode criar uma solução digital hoje em dia.

Exemplo de ferramentas para criar soluções No-Code são: Wordpress, Airtable, Zapiers e diversas outras que você pode encontrar nessa lista: https://nocodelist.co/

Menor patamar de custo de capital

Apesar de no momento muito investidores estarem aversos ao risco e à falta de relacionamento frente-a-frente (o que dificulta fechar uma captação), é esperado por muitos especialistas que a atividade econômica retome de forma rápida — o que estão chamando de recuperação em “V” (vs. recuperação em “U”). Portanto, a volta do mercado financeiro para patamares pré-crise não deverá levar muito tempo.

O Venture Capital deverá sofrer alguma renovação também. Muitas gestoras estão enfrentando dificuldades em salvar seu portfólio. Algumas deverão sair de jogo dando espaço para entrada de novo capital, com olhar mais “responsável” e negócios de propósito mais alinhados em impacto.

Com isso ainda temos algumas tendências favoráveis, como:

  • O custo de capital está em patamar baixo e o governo estimulando a concorrência bancária.
  • Mais opcionalidade em Venture Capital, com novos modelos que se mostram mais amigáveis em termos de governança e custos para empreendedor, e adaptadas ao risco do investidor, fazendo mais sentido para parcerias.

Muitos modelos de negócios questionados e competidores enfraquecidos

Muitas empresas de métodos antigos e não ágeis se enfraqueceram com a crise. Não conseguem acompanhar a velocidade de mudança de comportamento e transformação digital, com modelos de negócios sem inovação e propósito fracos.

Negócios tradicionais precisam se reinventar. Por exemplo:

  • Ferramentas digitais e de produtividade e as novas relações de trabalho como trabalho remoto estão ameaçando negócios no mercado imobiliário comercial com menor necessidade de aluguel de escritórios, reuniões físicas e até eventos online.
  • Petróleo tem sido questionado em razão da sua ineficiência, custo e problemas de sustentabilidade, com o assunto do Climate Change.

Nesse momento as oportunidades estão escancaradas, fluindo igual à informação.

Base de talento disponível remotamente

Muitas empresas que vinham crescendo aceleradamente, à base de investimento em aquisição inorgânica de usuários, precisaram controlar o caixa e esticar o seu runway. Com isso, vieram demissões de muitos talentos de desenvolvimento de produtos. Na DealflowBR #07, escrevi um pouco sobre isso.

Além disso, o trabalho remoto se comprovou de vez como um modelo que funciona e, certamente, mudará as relações de trabalho, dando mais acesso a novos talentos.

Esse post foi originalmente enviado pela minha newsletter DealflowBR. Se inscreva e receba semanalmente minha curadoria de conteúdo e análises sobre tendências em empreendedorismo e Venture Capital.

Photo by K. Mitch Hodge on Unsplash


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Atravessando a Tempestade

Atravessando a Tempestade da Crise do COVID-19

Texto enviado pela newsletter DealflowBR, em 09/04/2020. Se quiser recebê-la diretamente na sua caixa de e-mail, se inscreva aqui.

Os últimos dias foram bem duros, com os efeitos dos negócios ’em hiato’ ressoando em muitos desafios e dificuldades para empresas que vem anunciando demissões em massa. Nos EUA, o número de pedidos de demissão cresceram de forma como nunca visto antes:

Segundo estudo da McKinsey sobre os impactos no curto prazo, as pessoas mais afetadas com as demissões nos EUA serão trabalhadores do setor de alimentação e frente de lojas de varejo, os mesmos setores que têm um uma renda salarial média e exigência de escolaridade inferior dentro do ambiente de trabalho (link pro estudo):

No Brasil, apesar do manifesto de muitos empresário na campanha “#NãoDemita”, muitas empresas nacionais vem passando por dificuldades e demitindo funcionários. Muitas delas são empresas de tecnologia, que costumo comentar aqui, que receberam grandes investimentos, e que vinham a todo vapor crescendo e investindo no desenvolvimento de novas soluções, mas que agora estão tendo que enxugar os custos e controlar o caixa, demitindo parte do seu quadro de funcionários (matéria 1 | matéria 2).

Para contrabalancear, existe um movimento bem positivo e interessante no Linkedin, principalmente, para se levantar a lista dos ex-funcionários dessas empresas para quem busca contratar. Há diversos perfis de posições que em momentos antes da crise era muito difícil de se encontrar. Portanto, se está buscando contratar funcionários, abaixo tem algumas listas que recebi/encontrei de ex-funcionários de empresas relevantes no mercado de tecnologia:

Algumas medidas do governo

O governo do Brasil vem sendo enfático que o empresariado brasileiro pode contar com ele, e tem lançado diversas medidas para tentar reduzir os impactos como o de desemprego, falência de negócios e redução de atividade econômica.

A Convenia, startups de software para recursos humanos, lançou um iniciativa que monitora e lista as medidas lançadas pelo governo sob o aspecto jurídico para suavizar a gestão de recursos humanos.

Além disso, foram aprovadas novas linhas de crédito para Micro e Pequena & Médias Empresas lançados em razão do COVID-19:

R$ 40 bn para Folha de Pagamento para PMEs:

  • Para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$10 milhões.
  • Exclusivo para o financiamento de folhas de pagamento. O valor é repassado diretamente à conta bancária dos empregados sem passar pelo caixa das empresas.
  • Os recursos serão distribuídos pelos grandes bancos que são responsáveis pela contratação, burocracia e liberação.
  • Condições especiais: Juros de 3,75% ao ano; 6 meses de carência; 36 meses para realizar o pagamento do empréstimo.
  • Até dois salários mínimos por funcionário para o empréstimos nessa condição.

R$ 5 bn para Micro e PME, do BNDES:

Recentemente foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional para que as Fintechs de crédito possam também distribuir esses recursos do BNDES. A Solum VC está liderando a discussão para que a entidade também as pessoas físicas por meio de plataformas de crowdfunding.

Mas, aos empreendedores, vale lembrar que:

  • Esses empréstimos não são recursos de fomento, e só devem ser solicitados se for para apoiar a operação da empresa, e não para salvá-la. O que deve salvar a empresa é a gestão e os negócios. Esses empréstimos deverão ser repagados, apesar das suaves taxas e carências.
  • Principalmente o empréstimo de folha de pagamento, é uma medida do governo para reduzir garantir os empregos, portanto, a ideia é usar esse empréstimos para evitar as demissões.
  • Comunique todos os sócios e investidores da sua empresa em caso de captação do empréstimo.

Olhando pra frente e o ‘novo normal’

Depois das sacudidas e tarefas de casa, e de aceitarmos a situação, é hora de começarmos a olhar pra frente de forma criativa e planejar a melhor retomada possível dos negócios diante do que o mercado está chamando de o ‘novo normal’.

O ‘Board of Innovation’, consultoria americana de inovação e estratégia, está chamando essa nova fase de “Low Touch Economy”(Economia de baixo contato físico). Fizeram diversas análise e relatórios sobre o que deverá mudar em termos de regras e políticas como de hábitos e comportamentos. Vale a leitura do relatório. Link.

O infográfico abaixo da VisualCapitalist também mostra alguns dos produtos que onde as vendas mais cresceram, mais caíram, no ecommerce durante o período da COVID-19. Alguns itens muitos curiosos, como máquina de fazer pão, ou equipamentos de ginástica, que mostram claramente o novo comportamento nessa fase. (Link)

Texto enviado pela newsletter DealflowBR, em 09/04/2020. Para ver a edição completa com mais conteúdo sobre investimentos em Startups, gestão e empreendedorismo, resultados de empresas de tecnologia, clique aqui.


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Como fechar uma rodada de investimento? (2.0)

Em sua jornada como um empreendedor bem-sucedido, você terá que falar com dezenas (talvez centenas!) de investidores a cada rodada de investimento para sua startup. Fechar uma rodada não é tarefa fácil.

Um dos principais motivos de Startups falharem é a falta de caixa/falta de atratividade de investimento, por isso fundraising é uma habilidade altamente apreciada nos empreendedores pelo próprios investidores. O empreendedor que quer construir um negócio grande e escalável sabe que precisará entrar nesse processo algumas vezes. Por exemplo, uma startup que chega até uma Serie C de captação fechará aproximadamente quatro rodadas em toda sua jornada.

Portanto, o que quero dizer é que, conhecer e falar com investidores é aquele tipo de coisa que deve fazer parte da rotina de um CEO de uma empresa Early Stage.

POR QUE É IMPORTANTE PLANEJAR BEM O FUNDRAISING?

O foco da sua startup sempre deverá ser os seus clientes pois é a forma mais barata de obter recursos ao mesmo tempo que valida e sustenta seu negócio. Esse post traz experiências e técnicas para que o tempo do processo de levantar recursos possa ser o mais breve possível. Assim, logo você poderá voltar a ter o seu foco na operação da sua Startup, crescimento e clientes.

A maior parte das táticas apresentadas aqui funcionam melhor com investidores-anjo. Com fundos de venture capital normalmente têm um processo mais burocrático. Esse processo costuma envolver etapas como reunião ou call com analista, aprofundamento e comitês com os partners.

COMEÇANDO O PROCESSO

Se você realmente está preparado e que levantar capital pra sua Startup o mais rápido possível, você tem que tratar o processo das seguintes formas:

  • Exige foco e ser a prioridade #1.
  • Como um processo de venda. Administre esse processo de forma bem estruturada e trabalhe sempre seus leads. Crie controle para este funil, além de uma rotina de ações e follow-ups com cada estágio do seu funil. Como seu processo de vendas, o processo de fundraising também pode ser otimizado.
  • Senso de urgência. Responda rápido e cobre respostas de forma breve também.

Também é importante que saiba qual costuma ser o valor dos cheques assinados em cada rodada de investimento. Normalmente, uma rodada de anjos varia entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão, dependendo do estágio da empresa e da necessidade de capital. De fundos de investimento Seed e Series A, os valores costumam partir de R$ 1 milhão.

E, claro, antes de iniciar, é importante que tenha preparado:

  • seu melhor pitch deck
  • um storytelling impecável sobre sua startup
  • métricas e track-record
  • saiba o quanto e pra quê você quer levantar

Recomendo a leitura de meu outro Post sobre “Entendendo o Processo de Fundraising para Startups” com algumas dicas sobre o processo, preparação, as etapas etc…

PROCURE AFINIDADES

Investidores, principalmente os anjos, fazem as escolhas das startups pela emoção. Poucos deles irão fazer uma due diligence mais profunda de mercado, clientes, produto etc…

Eles vão comprar com você o seu sonho de mudar o mundo. Por isso, como nossa missão aqui é fechar uma rodada rapidamente, busque pessoas que tenham o máximo de afinidade com você ou com o seu negócio.

Crie uma lista de potenciais investidores através de um ranqueamento pelas afinidades com você e sua startup. Para isso, dois passos fundamentais são:

1. filtrar primariamente investidores que poderão te ajudar ao longo da sua jornada e
2. procurar pessoas que ficariam interessadas em ajudar uma startup.

Assim, entre os possíveis leads a serem abordados você pode encontrar, por exemplo:

1. familiares envolvidos em negócios semelhantes,
2. pessoas do seu histórico profissional,
3. pessoas que você conhece que trabalham ou já trabalharam nesse mercado,
4. investidores do seu ecossistema e assim por diante.

Com essa lista em mãos, vá e marque as reuniões com essas pessoas, um a um.

É interessante treinar com mentores e advisors para ter feedback e não queimar os primeiros cartuchos com um pitch menos assertivo.

ENTENDENDO O INTERESSE DO INVESTIDOR

Startup - Eles elogiaram a forma que está organizado, que está claro o que queremos atacar, que o time teve poder de execução na trajetória até o momento…
Eu - E eles vão investir?
Startup - Falaram que querem continuar acompanhando.
-_-

Sair da reunião com investidor entendendo o real interesse e tendo feedbacks claros sobre o seu negócio é fundamental para poder avançar no processo de levantar investimento para sua Startup.

Depois de você ter apresentado todas as características do seu negócio, você deve entender o grau de convicção e interesse do investidor para investir na sua empresa.

Alguns investidores gostam de mergulhar em números e se reunir algumas vezes sem uma pauta clara. Se o investidor tem um cheque grande ou você acredita que ele é bem importante para o futuro da sua startup, dedique mais tempo.

Alguns investidores não vão deixar claro que eles não tem interesse para não perder a oportunidade. Alguns poderão dizer algo no seguinte sentido para evitar se comprometer:

“-…Você já falou com o Invertidor XYZ? Ele costuma olhar bastante essa vertical de mercado.“
“-…Muito legal, gostei. Me manda reports e vamos acompanhando…“

Mas, se depois de duas ou três reuniões ele não se convencer, e não der sinal claro, cobre isso dele. Você deve demostrar que quer entender com clareza como ele enxerga a possibilidade de investimento, e perguntar algo no sentido:

“O que eu preciso ter como verdade para que você crie a convicção de investir em minha Startup?”
“O que você espera da nossa Startup para podermos firmar um investimento?”

Lembre-se de ter sempre elegância durante todo o processo e não forçar a barra e que o “não” muitas vezes é libertador para seguir em frente.

ELE(A) DISSE “SIM”

Você deve estar se perguntando: “OK, agora eu tenho alguns investidores estão interessados. Como faço para fechar e concluir a rodada?”

Após os feedbacks das reuniões, envio das informações pós-reunião e todas dúvidas solucionadas, e resposta clara dos investidores, você já vai ter um bom entendimento sobre os investidores que estão interessados.

Para investidores anjo, para começarmos a fechar o round de investimento, é importante que você tenha no seu pipeline de investidores sérios e interessados ao menos 50% a mais do valor que pretende captar. Alguns vão desistir na reta final. Por isso é tão importante ter investidores sérios no seu pipeline.

Se já tiver algumas confirmações (por escrito, claro!) melhor. Isso dará mais conforto para o processo.

Agora é a hora de criar um senso de urgência colocando um cronograma claro para o deadline. Para isso, você pode enviar um e-mail alinhando as expectativas com todos sobre o processo, a rodada e os prazos esperados, e claro, os próximos passos.

Você pode escrever algo mais ou menos assim:

“Olá <Nome>,

Nas últimas semanas falei com XX investidores, e finalmente concluímos a rodada em R$ XXXMM. Gostaria de concluir e fazer o fechamento até a próxima semana. Veja em anexo a minuta do contrato de investimento. Você pode analisar e me informar se te alguma dúvida?

Um abraço”

Importante: Trate ele com bastante pessoalidade. Eu sempre sugiro que depois do envio de informações mais críticas de negócio, que ligue para o investidor/parceiro para que deixe as coisas claras, e que você se importa bastante com ele.

Lembre-se de tratar o processo como um processo de venda. Faça follow-ups e esclareça.

OUTRAS DICAS IMPORTANTES

O PROCESSO DEVE SER CONFIDENCIAL

Não fale aos investidores quem são os outros participantes da rodada antes de assinarem o contrato ou Term-sheet por dois motivos: (1) não é bom tê-los se conversando pelas suas costas e dificultando o andamento da sua rodada, e (2) O investidor não quer ter exposição do seu nome numa operação dessas. Tenha o controle do processo.

VELOCIDADE VS. VALUATION

Também é importante dizer que o valor captado e o valuation da sua rodada tem correlação negativa com o tempo que a rodada levará. Ou seja, por exemplo, se você quiser levantar R$ 1 milhão com anjos, vai levar mais tempo que R$ 200 mil.

O mesmo acontece com o valuation. Quanto mais alto ele for, mais fricção pode ser criada ao longo do processo de negociação. Mas é sempre importante que você tenha em mente o futuro da sua startup e o seu plano.

ASSINATURA DIGITAL

Hoje em dia existem diversas plataforma para Assinatura Digital que apresentam validade e segurança.

Dessa forma, ao invés de conciliar agendas, enviar portador para colher assinaturas ou passar contratos de mão em mão, todos investidores podem assinar de suas mesas de trabalho.

Esse post que escrevi foi publicado no blog da ACE onde trabalho como Gestor de Portfolio. Se você quiser conversar sobre investimento em Startups, por favor me escreva em guilherme (@) goace.vc ou me ache no Twitter @galima_.


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14 ferramentas que uso para gestão de investimentos em Startups

Gestão do portfolio e investimentos em uma aceleradora com a ACE é uma área bem ampla e de pouca rotina, no sentido em que fazemos muitas coisas diferentes ao longo de um dia. Por exemplo, em um dia comum atuo em diferentes tarefas como o: apoio as Startups do portfolio, desenvolvimento de negócio para Startups, relacionamento com investidores, reuniões de controle e melhorias de processos internos para nossos investimentos e programa de aceleração, discussão de contratos, elaboração de relatório e apresentações, reunião com parceiros etc… Junto a isso temos a gestão de nossos e-mails (eu envio em média 450 e-mails e recebo mais de 1000 por mês, de acordo com o relatório do Gmail Meter) e a necessidade (e vontade) de estar constantemente atualizado e a frente do mercado.

Revendo as atividades, fiz uma lista das ferramentas que tenho usado e que me ajudam na gestão do dia-a-dia. Parando para ver, realmente são muitas ferramentas e exige uma disciplina e organização. A grande maioria das ferramentas é possível utilizar na versão gratuita.

Portfolio management, investimentos e relações com investidores:

1 — Streak CRM for Gmail

Esse foi meu grande achado do ano para gestão portfolio da ACE de maneira micro, empresa por empresa. É uma extensão do Gmail que funciona como um CRM e pipeline de forma simples e leve.

Na ACE temos mais de 60 startups ativas no portfolio e cerca de 30 acelerando em nossos hubs, sendo, com isso, uma rede de mais de 100 sócios-empreendedores para nos relacionarmos.

Pelo CRM consigo monitorar e-mails junto a cada Startup do portfolio, enviar malas direta direto do Gmail e criar alertas, entre outros. Não recomendo usar para Gestão Pipeline de vendas, pois acredito que há outro muito melhores, mas para pipelines mais simples como de fundraising ou contratação de funcionários, acho muito útil.

2 — SERAF Investor

Usamos na ACE para gestão do Portfolio da ACE de maneira macro. É uma plataforma praticamente simples, mas muito prática para gestão de portfolio Seed. Nele, conseguimos controlar nossos ativos, ver a evolução do portfolio e fazer todo arquivamento de nossa documentação. Lá é o nosso cofre dos investimentos da ACE.

3 — GoogleSheetsExcel

Eu prefiro e estou bem mais adaptado ao Excel por ter desenvolvido minha carreira fazendo planilhas e mais planilhas, mas não consigo deixar de usar o GoogleSheets quando temos que fazer planilhas colaborativas com outros membros da equipe.

4 — AtlasGov

Ferramenta bem assertiva de gestão de reuniões e conselhos de empresas.

5 — Slack

A comunidade da ACE está lá dentro. Ótima ferramenta para comunicação interna e organização dos quóruns.

Para ficar informado e atualizado:

O trabalho de investidor de Startups não é prever o futuro, mas aprender rápido

6 — Pocket

Leitura de notícias e artigos. Consigo guardar os artigos de forma rápida e leve para lê-los depois.

7 — Newsletter de Venture Capital:

(atualizado em 06/06/2019)

Nesse post, fiz a minha lista de Newsletter e outras fontes de conteúdos que recomendo acompanharem:

https://medium.com/@galima_/minha-lista-de-fontes-conhecimento-e-refer%C3%AAncias-sobre-venture-capital-e-fundraising-para-startups-aacd2ebc60a

Nessas newsletters recebo periodicamente um compilado de artigos de blogs com opiniões e reflexões dos mais relevantes investidores de Startups, além de notícias relevantes para a minha área.

8- Linkedin

Não tenho o que comentar muito sobre ele aqui. Acho esta a rede social mais interessante atualmente e de grandíssima utilidade para manter o networking em dia.

9 — Twitter

Gosto muito do Twitter, apesar de terem aumentado para 280 caracteres. Mas é uma rede muito utilizada por grandes influenciadores das áreas de mais me interessam hoje em dia, gestão de startups, investimentos, economia, cryptomoedas etc… Se quiser me seguir, meu usuário é o galima_ .

Outros:

10 — SaneBox

Ótimo para gestão dos meus e-mails, segregando os que mais me importa para ler no momento, de newsletter, unsubscribes de outros. Me ajuda bastante.

11-Evernote

Velho e famoso para tomar notas de todas atividades. Porém, tem tido funções maiores que apenas tomar notas. Nele guardo cartões de visitas nele e artigos de referência nele.

12 — ZapierIFTTT

Automatização de Evernote com gmail, Calendário com evernote etc…

13— Kindle

Comprei um kindle, finalmente. Ainda uso alguns livros de papel, mas gosto de poder fazer as anotações para ler depois e pesa menos que carregar alguns livros.

14 — Eloquens

Startup francesa com diversos templates de planilhas e modelos de ferramentas de negócios.

Essas são ferramentas que me ajudam muito com agilidade e de controle para minha função mas, as ferramentas que mais funcionam de verdade (e não deixaremos de lado tão cedo) é o olho no olhos das reuniões (as quais tenho estudado para deixar mais produtivas) e a instantaneidade de solução do velho telefone.

Mas é claro que sem a tecnologia minha produtividade seria bem menor. E isso tudo me faz ainda mais sentido quando penso que a tese da ACE é o de investir em inovações que tragam maior produtividade, bem-estar e riqueza para sociedade.

Fiquem à vontade para comentar alguma ferramenta que valha a pena à comunidade conhecer e testar.

Feliz 2018. Muito sucesso a todos.


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Por que devo enviar os Investor Updates?

Os Investors Update são reports sucintos, normalmente uma ou duas páginas, enviado periodicamente a investidores da Startup para uma atualização dos fatos relevantes e métricas da Startup.

Esse será um ritual formal de se conectar com seu investidor ou apoiador. Além disso, pode ser o principal canal para pedir ajuda a esses stakeholders.

Como investidor ou gestor de recursos, sejam eles próprios ou de terceiros, ele precisará ter o acompanhamento do status do seu investimento, e poder ajudar no que for possível.

Por que enviar os Investor Updates?

Na ACE estimulamos muito nossos empreendedores a enviarem os Investor Updates, pelos seguintes motivos:

Forma escalável e rápida de prestar contas e pedir ajuda

Com apenas um relatório de um página, você pode atualizar todos seus investidores de uma vez só, ao invés de um call, e-mail ou uma reunião com cada um. Também, da mesma forma, é um ótimo ritual para pedir ajuda a eles.

A visibilidade do Big Picture

A maior parte do tempo do empreendedor, principalmente em estágio iniciais, é gasto apagando incêndios, fazendo follow-ups pra fechar vendas, focando em trabalho pra grandes contas ou grandes projetos, e muita validação.

É muito normal passar alguns meses focado na operação e em validações e ficar um longo período sem dar o passo atrás para olhar a empresa como um todo, em perspectivas mais estratégicas como: Qual tem sido a tendência de crescimento da Startups? Estamos em uma tração interessante? O que tem dado errado e o que eu tenho aprendido? O roadmap estratégico e de produto está no caminho certo?

O momento de sentar pra fazer os Investor Updates, o empreendedor deverá parar para refletir nessas questões.

Disciplina, transparência e credibilidade

Ao enviar updates pro investidores mostrará credibilidade além de melhorar a experiência do investidor na sua Startup. A verdade é que, pela minha experiência junto a investidores, muito deles investem em Startups porque, além do dinheiro, seu tempo e sua convicção gastos para apoiar empreendedores, eles também querem aprender. Com isso, tendo investidores mais engajados, terá maior probabilidade deles seguirem investindo na sua Startup, quando você precisar.

Essa rotina também trará cadência no reporte da evolução da sua Startup. Cadência é tudo na comunicação e na construção de um grande negócio. O reporte cadenciado, junto com a transparência, são os primeiros passos na construção de uma governança corporativa, e trazem alinhamento de todos no andamento e nos planos da Startup.

Engajamento dos investidores

Enviar os Investor Updates cadenciadamente deixará os investidores engajados ao negócio.

Ao receber e entender o que está acontecendo no negócio, em algum momento, o investidor poderá vir com alguma boa surpresa, seja uma ótima conexão, acesso a um grupo de clientes etc….

Um exemplo simples de um email de resposta um investidor anjo, que ocorreu recentemente, sobre um investor update de uma Startup do Portfolio da ACE:

“ Oi Emprendedor,
Bom saber que as coisas estão melhorando na STARTUPX e que estão avançando com as conversas com esses três fundos pra sua rodada Serie-A.
O Fundo XYZ, no caso, eu participo de dois conselhos junto com eles e posso ajudar a entender o que eles esperam e vender melhor a STARTUPX.”

O que reportar?

As principais métricas para um investidor de Startup é a receita e a situação financeira, e depois entender resumidamente as últimas atividades e o momento da Startup.

Deverá ser um resumo de no máximo 10 minutos de leitura, podendo ser apenas um email, mas é mais recomendado uma página em PDF com a marca da Startup. Isso melhora a percepção e fica positivamente na memória do investidor.

Como fazer o Investor Update?

Abaixo, um exemplo sugerido pela ACE:

Do’s

  • Apresentar gráficos e a evolução
  • Super transparência
  • Engaje os investidores
  • Use seu branding no report
  • Coloque seu contatos (e-mail e telefone) para follow-ups e dúvidas
  • Tenha cadência no envio. Envie a cada um ou dois meses.

Don’ts

  • Esconder ou despistar uma notícia ruim.
  • Só enviar quando o gráfico estiver subindo.

Bonus:

Também, recomendamos que envie um “Followers’ report”, que é uma versão simplificada e não tão detalhada a potenciais investidores, pessoas que você gostaria que no futuro investisse em sua Startup. Isso tem funcionado bastante e criando uma notoriedade dos investidores sobre a Startups. Não deixe de mandar “Followers’ report” também.


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Entendendo o processo de FUNDRAISING para Startups

O que aprendi trabalhando 2 anos com Startups em Fundraising no Brasil (parte 1)

Esse é um post focado no processo de fundraising, principalmente em estágios Seed e Series A. (Atualizado em 17/10/2018)

Agradeço desde já a todos investidores e empreendedores com quem tenho trabalhado pelas experiências compartilhadas.

Nos meus 2 anos de ACE até então, apoiando diretamente as quase 70 Startups do Portfolio da ACE no processo de captação de investimento e relacionamento com o mercado, pude acompanhar diversos processos de captação, de diferentes Startups, em diferentes estágios. Agora, resolvi colocar em um post alguns desses aprendizados e experiências para ajudar empreendedores na melhor reflexão e construção de seu plano estratégico e de captação de investimento para sua Startup.

Nada do que escrevo aqui é o certo ou deve ser escrito em pedra, são só algumas constatações que tive durante o processo e opiniões que trago através dessa experiência de 2 anos trabalhando com Startups.

Como ‘DISCLAIMER’ quero dizer que existem diversos outros fatores que são tão quanto ou mais importantes pro sucesso que a preparação para o processo fundraising como, por exemplo, a tração da Startup, o potencial de mercado, a visão dos empreendeodres, a base de tecnologia, o track-record dos fundadores etc…O que quero dizer é que, se você estiver apresentando evolução relevante mês-a-mês, em direção ou atingindo os seus milestones, o esforço nesse processo será bem menor.

Vamos lá.

Não estou captando

Para começar, é importante dizer que você não precisa “estar em processo de captação de investimento” para levantar investimento para seu negócio, mas é importante sempre estar aberto para conversar. Os melhores fundos de Venture Capital costumam encontrar o empreendedores antes de eles estarem preparados, e fazer o investimento sem que de fato eles estejam em processo de captação.

Então, mesmo se não estiver em processo captação de investimentos, o CEO deve alocar algum tempo para ser notado por investidores e cultivar relacionamentos. Na ACE, recomendamos o CEO tirar um dia ou meio período de um dia por semana, para tomar café com investidores, conhecê-los melhor, apresentar o seu negócio e pedir feedbacks. Dizem que as melhores apresentações para investidores são quando você não está buscando levantar grana.

Aqui, a minha dica é que, se um investidor relevante para você quiser se engajar em discussões sobre investimento no seu negócio, vale se engajar com eles.

Este é um processo difícil…

Vale dizer que levantar grana é sempre difícil, e pra maioria um pouco chato, seja levantando R$ 100 mil ou R$ 3 milhões. Mas também, não precisa dizer “estamos tentando levantar R$ 500 mil”, você não está tentando, você deverá estar convicto do que precisa e com um plano fazendo sentido você conseguirá, não sabemos direito quando, ou quantas pivotadas o seu plano terá, mas você conseguirá, se seguir o plano. Mas exige FOCO no processo.

Leva alguns meses…

Esse tempo até a conclusão do sua rodada dependerá da dedicação, foco e urgência do CEO , ou do co-founder responsável, e o quanto está disposto a dar ou adaptar a sua empresa em relação ao investidor(negociação e termos).

Planeje-se com o máximo de antecedência e comece o relacionamento com investidores o quanto antes.

De qualquer forma, tenha em mente que, no Brasil, um processo de levantar grana para Startup leva normalmente, no mínimo, 3 meses e pode levar até um ano.

Deixe o processo e o cronograma, o mais claro o possível e alinhado sempre que possível. Clareza da comunicação é uma das principais chaves para destravamento do processo.

Levante para novas conquistas

Levante grana para atingir ao menos um milestone de relevância pro seu negócio dentro dos próximos 12 meses, e que será de suma importância para sua estratégia de longo prazo.

Não levante porque o seu Runway está baixo, ou só porque tem que contratar pessoal pra trabalhos táticos, ou pior, porque está acabando o caixa. Se for buscar recursos por causa de Runway, você provavelmente não estará criando valor, e não fará sentido para um investidor mais profissional.

O investidor tentará entender onde você chega com o investimento dele e o quanto a Startup poderá se valorizar. Se você atingir o milestone proposto é bem provável que terá sucesso em próximas rodadas de investimento e, consequentemente, um bom clima dentro da empresa e com seus stakeholders.

Se você não atingir o milestone que se propôs, terá três caminhos: 1) ou terá que buscar o breakeven através de corte de custos e do potencial de crescimento, 2) terá que fazer uma outra rodada, que poderá atrapalhar o seu captable por causa de uma nova diluição ou 3) fechará a empresa.

Portanto, é muito importante construir a estratégia de longo prazo de financiamento da sua Startup, visualizando as suas próximas rodadas. Por exemplo, se está levantando um Seed, saiba quais milestones você vai consquistar, e quando precisará de uma nova rodada e para quais milestones seguintes.

Tenha todas as respostas em papel

Tenha muito claro na hora de comunicar e exposto em documentos como Pitch Decks e Projeções Financeiras, as respostas para as seguintes perguntas:

Por que e para quê você quer levantar investimentos?
Quanto busca de recursos e qual o plano de utilizar esses recursos?
Quais os milestones que serão atingidos e em quanto tempo?

Entenda os estágios de investimento

Para buscar investimento com investidores anjos ou fundos de venture capital você precisa entender os estágios de investimento de uma Startups e onde você está nela. Sabendo exatamente o dinheiro que precisa e pra que, saberá em qual estágio de investimento você está, qual a faixa de valuation e poderá buscar investidores de teses específicas a seu estágio.

É importante dizer que o valution de uma Startup em early stage é, basicamento, uma equação entra (i) a necessidade de capital, (i) plano de financiamento de longo prazo e de diluição dos fundadores ao longo do tempo e (iii) a performance dos empreendedores até então. Com isso, em razão dos custos locais de cada região, como por exemplo de contratação, aumentando a necessidade de capital, essas métricas abaixo vão mudar de país a país ou região a região. Por exemplo, no Vale do Silício podem ser bem maiores.

Os patamares que temos visto por aqui são mais ou menos assim:

Pesquise sobre os potenciais investidores

Vá atrás dos investidores que mais façam sentido para a sua Startups. Acesse os seus webistes e pesquise sobre teses de mercados, geografia, modelo de negócio, estágio de investimento, fit de crenças e etc… antes de abordá-los.

Gosto muito desse mapa de um artigo da LeWagon que mostra algumas peças importantes de investidores do ecossistema de startup brasileiro:

São pouco investidores institucionais nesse mercado, tenha isso em mente também. Prepare-se ao máximo e seja único.

Gosto de indicar esses sites abaixo para as Startups conhecerem melhor quem são os investidores:

  • InvestoVC — Banco de dados do fundo seed mexicano, InvestoVC, com informações de investidores da América Latina
  • Dealbook.co — Site de registro de atividade de investimento em Startups no Brasil

Como conseguir reuniões com investidores?

Atenção inbound: Seja notado!

Para buscar novos contatos e ser notado pelo mercado, há diversas maneiras mas exige um tempo e dedicação. Alguns exemplos:

  • Se o seu produto estiver fazendo um certo barulho no mercado, você será notado e chegará e-mails inbound de investidores. Responda e marque um café.
  • Busque ser cliente e prestar um ótimo trabalho à Startups que levantaram rodadas relevantes de investidores relevantes. Você será notado.
  • Se apresente em conferências, principalmente os eventos focados em mercados específicos. Investidores, VCs e experts costumam estar. Você será notado. (Cuidado com as apresentações em eventos aleatórios e de escopo maior, neste eles não costumam ir).

Atenção Outbound: Peça intros (quentes)

Para abordá-los você deve ter em mente que os investidores profissionais de Startups são reconhecidos no mercado sobre isso, e têm seus contatos publicamente em websites e mídias sociais. Com isso, eles recebem ‘milhares’ de proposta de investimentos de todos os lados que exigiria tempo quase que infinito para analisá-los. Porém, quando eles recebem uma introdução de pessoas que eles acreditam e confiam, tendem a dar muito mais atenção e carinho à análise da proposta.

Portanto, busque uma introdução a eles através de: empreendedores com exit do portfolio, empreendedores atuais do portfolio, investidores por trás do fundo, co-investidores ou mentores e advisors. Se não conseguir, não tem problema em tentar por cold calls ou cold emails, mas é muito mais difícil.

Como fechar investimento?

Já escrevi um pouco sobre isso no Blog da ACE. Com algumas dicas de como ir até o fechamento de sua rodada. Algumas dicas, básicas, são:

Esteja sempre preparado
Busque boas introduções, e busque sempre a maior afinidade
Tenha clareza e exija clareza sobre o processo, cronograma e a análise
Busque sempre entender o motivo que trava o investidor e como você pode avançar. Uma boa pergunta para se fazer é “O que você espera de mim (ou minha Startup) para você ter a convicção necessária para seguirmos em frente?”.

Seja elegante sempre, e não force a barra. O mercado investidor no Brasil é pequeno como já falei e ficar com o filme ruim você perderá muitas chances do sucesso em relação a fundraising.

Imagem clássica na ACE sobre o esforço em trazer recursos para Startups, tirada do filme Jerry Maguire (crédito pro Mike Ajnsztajn, nosso Co-founder na ACE, que espalhou adesivos com esse lema em nossa rede).

Esse é o primeiro post. No post seguinte falo mais sobre Tração, Valuation, Exits e mais…Clique aqui pra ler a segunda parte.

Se quiser, deixe perguntas nos comentários que buscarei respondê-las em próximos posts.


Entendendo o processo de FUNDRAISING para Startups was originally published in DealflowBR on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.

Sobre Tração, Valuation, Exits e mais…

O que aprendi trabalhando 2 anos com Startups em Fundraising no Brasil (parte 2)

Esse é um post focado no processo de fundraising, principalmente em estágios Seed e Series A.

Esse post é a continuação sobre os meus aprendizados em relação a Fundraising para Startups. É sobre minha visão e opiniões dos quais, alguns tenho algumas evidências para apresentar, outros são apenas de minha sensibilidade e experiência.

O item mais importante durante o processo: TRAÇÃO

  • Tração, usualmente representado por métricas de vendas, faturamento, crescimento de receita, adoção pelos clientes, é fator mais importante para levantar investimentos se você é marketplaces, SaaS, Consumer apps e outros. Em caso de frontier techs(Blockchain, Crypto, VR/AR) o que mais importa é o seu poderio tecnológico e o roadmap.
  • Na minha visão, tração é tão importante porque nesse estágio de tantas incertezas a única forma mais assertiva de tentar prever sobre o futuro da Startup é através do histórico de performance recente. Um plano sem tração é apenas um plano e mais nada.
  • O critério de análise mais importante para os investidores investir é o time, e sempre vai ser. Mas a métrica que mais representa o poder de execução do time é a TRAÇÃO, o que foi feito até então e como evoluiu.
  • O crescimento tem toda essa importancia porque ao mesmo tempo que valida suas hipóteses mostrando avanços, sustenta o negócio através da receita crescente. E ao começar a vender e crescer rapidamente durante meses seguintes, você verá o humor dos investidores mudando e a relacionamento com eles vai melhorar.

Valuation

Na hora de pensar em Valuation pense antes no seu CapTable

  • Para montar o seu valuation, como expliquei no último post, é, basicamento, uma equação de (i) necessidade de capital, (i) plano de financiamento de longo prazo e de diluição dos fundadores ao longo do tempo e (iii)a performance dos empreendedores até então, portanto:
  • Saiba o quanto você precisa para essa rodada de investimento e o quanto de equity você poderá se diluir até manter um parcela suficientemente motivadora e relevante para, como empreendedor, você seguir em frente com toda vontade, energia e empolgação para liderar a Startup por mais alguns anos. Um bom exercício sempre para controlar uma diluição e manter um Captable sadio, é ter sempre mais do que 51% do capital da empresa com o time de empreendedores/co-fundadores, depois de uma rodada de Series-A.

Mais detalhes sobre Valuations médios e Estágios de investimentos, você pode ver em meu último post.

Quando falar sobre Valuation durante o processo?

  • Se você não tem term-sheet na mesa ou negociações avançada com outro investidor onde já tenha um Valuation definido, recomendo NÃO falar sobre valuation antesq de que o potencial investidor já tenha o entendimento necessário do seu negócio.
  • A melhor forma de falar sobre valuation é quando se tem um term-sheet na mesa, portanto o melhor cenário é não falar o seu valuation e deixar o investidor dizer. Com um real interesse do investidor é possível negociar, evitando mal entendidos. Se falar um valuation longe do ponto que o investidor espera, isso pode assustá-lo, e assim não chegará no próximo passo do processo, o da negociação.

O relacionamento com os investidores

  • Faça a sua lição de casa, sempre. Se um investidor te pede alguma informação ou maior detalhe, não ignore e tente sempre responder rápido, no máximo em um dia útil. Manter a discussão quem te leva mais rápido ao ‘Sim’ e, muitas vezes, eles querem entender como você trabalha com investidores antes de investir. Por isso, se não consegue priorizar as respostas a ele, deixe isso claro e porque não consegue responder agora.
  • Mantenha os investidores sempre atualizado. Atualize-os com um Investor Update ou, pelo menos, um email de evolução com eles a cada 3 meses. Agradeça pelas ajudas e se dedique para ajudá-los. E peça feedbacks.
  • Utilize um CRM para gerencias o relacionamento com o network investidor com lembretes e acompanhamento de que leu ou não. Recomendo algumas plataformas que você consegue fazer de graça como MailChimp, Streak for Gmail ou Hubspot.

Exit (Saída)

  • Se você quiser levantar Investimento de Anjo e Venture Capital, saiba que você estará entrando no “Exit Game”. Seus futuros investidores vão investir e trabalhar com você porque você vai querer vender o negócio, ou a participação deles, daqui a alguns uns anos.
  • O processo de Exit pode levar de 6 meses a 5 anos. É um negócio de longo prazo. Portanto, deve ser iniciado o relacionamento o quanto antes com os players mais importantes da sua indústria, com (i) mapeamento dos players (ii) networking ativo e (iii) buscar parcerias ou colaborações.
  • Como exemplos, os casos de sucesso de Exit da ACE, os empreendedores das Startups começaram com pelo menos 18 meses antes da aquisição e nesse tempo tinham relacionamento/conversas/parcerias com pelo menos 15 players estratégico.

E pra finalizar

Seja honesto sempre. Evite fofoca. Fale na cara. Todos devem estar acostumado. A vida precisa seguir. O principal problema de os fatos não acontecerem no cronograma é a falta de clareza das partes.

O mercado investidor é muito pequeno no Brasil. São poucos investidores. A maioria ainda é iniciante, ou amadora nesse modelo de investimento. A maioria se conhece, respeite-os. Também, tem muita gente querendo aprender e entrar nesse mercado. Ajude-os a entender melhor. Conecte-os com os experts. Semeie o ecossistema.

No fim, se não der certo, peça feedbacks, aprenda com os erros, reflita, refaça o plano e execute novamente. Persistência é chave.

Se quiser, deixe perguntas nos comentários que buscarei respondê-las em próximos posts.


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O Panorama de Investimentos Venture Capital no Brasil em 2017 e o que podemos aprender com ele

Esse post foi originalmente publicado no website da ACE. Para esses e muitos outros ótimos conteúdos sobre empreendedorismos e investimento em Startups acesse o site: www.acestartups.com.br .

No último mês, mergulhamos em análise do mercado de investimento no Brasil para tentar entender melhor onde estamos, onde vamos e o que esperar para nossos empreendedores.

A minha principal fonte foram os dados reportados no Crunchbase, que é uma plataforma estilo Wikipedia, aberta e colaborativa, sem verificação completa das informações. Nesse levantamento não levamos em conta investimentos de aceleradoras e nem de Fundo Private Equity, consideramos rodadas lideradas por anjo ou investidores VC institucionais. Além disso, como referência, convertemos todos valores em Real, com a PTAX média de cada ano.

Segundo os dados, já foram feitos R$ 7,7 bilhões em investimentos Venture Capital no Brasil.

Onde estamos

Fonte: https://news.crunchbase.com/news/with-brazil-leading-the-way-vc-investment-in-latin-america-has-more-than-doubled/

O Brasil lidera, de longe, o caminho dos investimentos VCs na América Latina. Quando conversamos com algumas Startups de países vizinhos, estabelecendo comparações, vemos que o Brasil realmente tem um mercado gigantesco. Este grande potencial tem atraído muitos investidores estrangeiros, assim como alguns empreendedores de fora também.

Gráfico: Volume investido por VC (em R$ mm) e no Número de rodadas

Gráfico: Volume investido por VC (em R$ mm) e no Número de rodadas

Temos visto, desde 2013, o volume de investimento VC aumentar quase 10 vezes, e o número de rodadas tem ficado levemente menor nos últimos dois anos, o que revela uma maturação da tese de venture capital onde temos visto um menor número de rodadas, porém, com maior capital investido.

Neste sentido, vale analisar que o comportamento da atividade de investimentos VC no Brasil é semelhante aos de reportados nos EUA (pela tradicional Pitchbook (link)).

Com isso, e com o número de investidores americanos no Brasil, podemos inferir que a atividade VC no Brasil é correlacionada com a dos Estados Unidos, embora lá o volume transacionado por investimentos VC seja na casa de pelo menos 100 vezes maior que no Brasil.

Temos percebido que o ecossistema de Startups como um todo tem evoluído bastante no Brasil nos últimos anos. O recente aparecimento dos primeiros unicórnios brasileiros(NuBank e 99) no primeiro trimestre de 2018, e os recentes IPO de empresas de tecnologia(PagSeguro, NetShoes, Banco Inter, entre outros) comprovam a tese. Além disso, no último ano, no portfólio da ACE, por exemplo, estamos verificando cada vez mais Startups levantarem rodadas de Series-A. No que diz respeito ao processo seletivo de Startups para o programa de aceleração, temos recebido Startups cada vez mais preparadas.

Gráfico: Volume de investimento por estágio de investimento

Com as Startups e um Ecossistema em geral mais maduros, uma onda de investimentos Late Stage tem puxado fortemente o crescimento da atividade de Venture Capital no Brasil. Por outro lado, infelizmente, os investimento Seed & Angel e Series A ainda não mostraram o mesmo crescimento nos últimos anos.

Com isso, estamos vendo o valor médio investido por rodada crescendo nos rounds, em estágios mais avançados. Com rodadas maiores, logicamente, tem-se elevado o valuation nas rodadas, e assim, transformando Startups nos primeiros Unicórnios do país. Contudo, vale ressaltar que apesar do aumento, o Brasil ainda está bem atrás dos níveis globais.

O crescimento dos investimento VC no Brasil no último ano tem sido puxado principalmente por rodada Series-C e posteriores, de Únicornios, ou fortes candidatos, ressaltando a maturidade do nosso ecossistema. É interessante notar o início da comprovação da tese de Venture Capital no Brasil, com Startups mais maduras e melhor financiadas para continuarem crescendo. Há dois anos era muito mais difícil contar histórias de sucesso em VC no Brasil.

Gráfico: Investimento liderado por Brasileiro vs. Estrangeiros

A maturação do nosso ecossistema tem atraído cada vez mais investidores estrangeiros, que lideram as principais rodadas de investimento em Startups do país. O gráfico acima, junto aos gráficos anteriores, nos sugere que investidores brasileiros costumam liderar maior número de rodadas early-stage (Series Seed e Series A), já os estrangeiros, de maior poder de investimento, lideram as rodadas late-stage (Series-B a diante).

No último ano tivemos a entrada do Softbank, gestor do maior fundo VC do mundo, com quase US$100 bilhões sob gestão, entrando no país através do investimento na 99. Outros fundos são globais relevantes, que costuma investir em diferentes países, e alguns já têm pelos menos três investidas no Brasil, maioria investindo em Series-B em diante.

Um ponto interessante é que R$ 4,4 bilhões já investidos por Venture Capital no país foram aportados em apenas 10 empresas. Isso representa 60% de todo capital investido por VC e anjos no Brasil, na história, segundo dados reportado no Crunchbase, o que mostra que o “winner takes all”.

Além disso, outro dado interessante é que, das Startups mais investidas no Brasil, cinco delas (a metade) foram fundadas por estrangeiros ou imigrantes.

Contudo, em 2018, estamos começando a ver mais empreendedores com histórico de sucesso de saídas de negócios anteriores voltando ao ecossistema como empreendedor ou investidor. Esse ciclo é muito importante para o desenvolvimento do ecossistema, como ocorreu e ocorre muito no Vale do Silício.

Também, em 2018, tivemos uma das maiores Series A brasileira com a rodada da Neon, que captou R$ 74MM.

No Portfolio da ACE: O que estamos vendo e quais são os aprendizados

No portfólio da ACE também temos visto a tendência de maior capital investido em nossas Startups, ano a ano. Novos investidores e gestores investindo, além de mais veículos de investimento de diferentes rounds. No entanto, acreditamos que a relação oferta vs demanda (startups vs investidores) para investimento em Startups ainda é muito baixa quando comparada a algumas regiões mais desenvolvidas.

Dados do Portfólio ACE

Nas 17 rodadas de investimentos levantados pelas Startups do portfólio da ACE em 2017, podemos claramente notar que cada fundo de investimento VC tem sua tese bem definida para investimento. Por isso a recomendação para as Startups é que conheçam as teses dos fundos e qualifiquem bem o seu target list para um processo de levantar capital mais assertivo, vide na imagem acima com o fit entre a tese de investimento da Startup e o Investidor VC.

Dados do Portfolio da ACE

Em média as Startups estão levantando R$ 800k nos rounds Seed antes de levantar a Serie A. Mas já estamos vendo que esse número está aumentando gradualmente, já que nas últimas rodada Series-A as Startups têm levantado R$ 1,2MM.

O estágio Seed estão cada vez mais sendo levantados ao longo de rodadas diferentes, ou seja, picotado em duas ou três rodadas menores. Com isso, têm menor diluição dos founders, e processos de fundraising com ciclos menores.

As Startups disseram que, em média, recebem 20 NÃOs pra um SIM. A boa notícia é que apenas um SIM costuma ser suficiente.

O SIM é muito bom, traz uma sensação de conquista, apesar de ser só o começo de uma nova jornada. No entanto, é importante ter e investigar os NÃOs de forma clara. Dizemos que em processo de fundraising é melhor ter um “NÃO” do que um “talvez”, ou um “vai me mandando notícias”. Mas, quando tiver um NÃO, o founder deve buscar o feedback claro do investidor sobre o que ele pode melhorar ou o que de fato o investidor espera dele para poder investir.

Conclusão

As tendências de volume de investimentos maiores por rodada tem sido global, junto à redução do número de rodadas de investimentos. Por um lado, isso mostra que a barra está subindo para os empreendedores. Apenas os melhores deverão receber investimento VC, e assim teremos algumas Startups claramente “campeãs” por estarem mais financiadas. Neste cenário, em alguns mercados, ficará difícil a captação de investimento para as Startups que concorrem com essas “campeãs”.

Por outro lado, as Startups que conseguirem captar deverão ter runway maior e deverão chegar mais maduras em rodadas Series-A, o que aumenta o poder de barganha do empreendedor diante de investidores, trazendo melhores termos para o lado da Startup.

Algumas discussões questionam que “Se a rodada Seed é o novo Series A, quem é o novo Seed?”. Essa questão levanta uma maior relevância dos investimentos “pré-seed”, aceleradoras e um maior comprimento desta fase, até chegar de fato em uma Series-A. Por isso, sem dúvida, é importante ter um bom planejamento dos usos dos recursos no estágio Seed para não ter problemas com Captable.

Pro investidor Seed, poderá haver um aumento do fator do risco e retorno, uma vez que as rodadas estão começando a ficar maiores e uma menor proporção das investidas deverá receber Series-A adiante.

Tais constatações me fazem acreditar veementemente no valor de uma (boa) aceleradora. Além do aporte de recursos, e a metodologia para crescer mais rápido, a aceleradora traz um apoio de network mentores e de investidores fundamental para tornar a Startup atrativa para Series-A.

Acho que muitas pessoas já viram este gráfico:

De acordo com pesquisa da CBInsights, a falta de habilidade de levantar capital e convencer investidores é uma das principais causas do fracasso das Startups. Cada vez mais o conhecimento do processo de levantamento de investimento e traquejo dos empreendedores junto a investidores é uma das características mais importantes que os investidores buscam nos empreendedores. Junto a isso tudo, é importante ressaltar a importância de ter em seu grupo de investidores, pessoas com bom network para te apoiar em rodadas seguintes.


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Deck de Investimento: Como fazer?

DealflowBR

O exercício de elaboração do deck de investimento é um momento de dar um passo atrás e olhar o seu negócio de forma holística e estratégica. Nesse ritual, você tem a chance de repensar o modelo, a comunicação da proposta de valor, e reforçar e relembrar os seus propósitos.

Ele é o material de venda do que os Founders tem na cabeça em relação a como ele vê o negócio.

No processo de fundraising, a elaboração do deck vem logo depois de entender as perguntas que definem o motivo de levantar a rodada como pra quê, quando, como, quanto, onde e de quem buscar capital. E, vale lembrar, que ele vem antes de começar a falar com investidores. Portanto, não saia falando com investidores sem ter exercitado o seu pitch deck.

Construindo o seu deck

Na hora de construir o material para levantar investimentos, para impressionar o investidor, pessoalmente, eu acredito que um bom pitch deck deve ter as três seguintes características:

Criativo, Único e Insightful — Investidores podem receber até dezenas de decks todos os dias, portanto o material deve ser capaz de chamar a atenção dos investidores.

Ao analisar diversos decks de captação bem sucedidos, os melhores são os que trazem insights únicos. Esses melhores decks sempre trazem alguns 3 ou 4 slides que realmente abrem a cabeça e demostrem uma visão única dos founders. Eu, particularmente, adoro ver slides que me eduquem ou me faça aprender alguma coisa sobre o mercado. Particularmente, prefiro trabalhar com founders que sabem muito mais do que eu e que me mostrem visões únicas de mercados, me fazendo aprender mais sobre esse e outros pontos como cultura, gestão ou modelos de negócios.

Já existem diversos templates e exemplos de pitch decks por aí.

Como apresentar o seu plano de negócio

Quando construindo o deck e apresentando ao investidores, eu sugiro aos empreendedores que lidere o storytelling do Pitch, através de 3 pontos, e nessa ordem de importância:

1.Time: Mostre por quê o time é único. Se já tiveram exits, construiram outros grandes negócios, têm experiencia e conquistas surpreendentes e notáveis. Fica mais direto para impressionar e claro potencial para investidores.

Mesmo que não tenha, vale capriche nesse slide. Muitos desses investidores que recebem dezenas de pitch decks, ao abrir o documento, vão direto para o slide de equipe.

2. Tração: Todo investidor gosta de ver os gráficos subindo agressivamente. Se você tem isso, traga dados que mostrem o seu product-market-fit, como a evolução das métricas, crescimento, e apresentando os sinais de aderência e engajamento dos usuários.

Segundo um estudo da Sequoia sobre pitch decks, o slide com Financial é o segundo slide mais importante.

3. Uma boa estória: Se não tem um time relevante ou uma tração surpreendente, conte uma boa estória por completo, com um bom fluxo, ótimos insights da dor e do problema, bons dados do mercado, trazendo ótima oportunidade pro investidor.

(Se você não tem nenhum desses, volte ao trabalho e construa ao menos um desses três item antes de sair a mercado.)

Independente com qual dos três pontos irá tocar apresentar a Startup, faça sempre com um bom fluxo e storytelling. Cada slide deve ter um motivo racional e especial para estar lá, e trazer uma mensagem de forma clara para o fluxo da estória.

Um pitch deck tem, em média, 15 slides, mais que isso fica difícil do investidor relacionar toda estória que está sendo contada. Menos que 10 slides também fica difícil de contar toda estória. Você pode ter slides extras guardados para apresentar assim que as conversas vão avançando no processo com o investidor.

A ordem dos slides e o conteúdo, na verdade, não importa muito. Muitos pitch decks de rodadas bem sucedidas diferem entre si em questão da ordem dos slides.

Colocando a mão na massa

O básico de um Deck de Investimento

Alguns dos principais investidores sugerem as seguintes os seguintes slides e ordem:

Os principais slides de um deck de investimento

Como explicado anteriormente, a ordem não importa, o que mais importa é o fluxo de como está sendo contada a estória.

1. Problema:

Aproveite esse slide para trazer a atenção do investidor à dor do problema que você está solucionando. Apresente números que quantifique o tamanho da dor ou recorrência do problema no dia-a-dia da sua persona.

Slides do deck da Code Money (ACE#12) — www.codemoney.com.br

2. Solução / Produto:

Apresente a sua solução em uma linha. Deixe claro para qualquer um entender sem necessitar de explicação ao vivo. Mostre fotos/screenshots do seu produto, as funcionalidades/features chave, o UX/UI mostrando porque é algo único. Esteja preparado para um Demo, se estiver numa reunião!

3. Mercado:

Mostre o tamanho do mercado potencial do mercado. Normalmente o pessoal demostra através do TAM / SAM / SOM, que é uma metodologia de medir o mercado. Se for apresentar dessa forma, mostre o racional de calculo para esse método.

Eu, particularmente, prefiro e costumo recomendar que faça uma abertura do mercado demostrando toda a cadeia e apresentando onde estão as oportunidades. Fica mais claro a visão do mercado para quem está olhando e mostra que você conhece a cadeia.

Como, por exemplo, esse slide da JetBov.

Slide do deck da JetBov (ACE#7) — www.jetbov.com.br

Esse é um dos pontos onde mais vejo VCs não avançarem com o investimento nas Startups. Portanto, prove que o mercado é potencialmente muito grande. É também um bom exercício para você entender se está no mercado certo / potencial para montar um negócio bilionário.

4. Modelo de Negócio:

Como você ganha dinheiro? Qual é seu modelo de monetização? Apresente a precificação. Prove que você poderá gerar muita receita.

Vitrine Retail (ACE#12) — http://vitrineretail.com/

5. Seu diferencial / Sua mágica:

Mostre porque a sua Startup é REALMENTE única. Normalmente pode ser através dos Dados que detém, Network Effect, tecnologia/propriedade intelectual…Se não tiver agora, mostre como irá construir.

6. Competição:

Apresente o seu posicionamento no mercado. Mostre de forma que deixe claro porque este posicionamento é o melhor dentro desse mercado.

Não esqueça de mostrar como você se defende dos maiores concorrente e as suas vantagem competitivas.

7. Aquisição de clientes & Go-to-Market:

Como pretende adquirir os clientes? Mostre que conseguirá adquirir seus clientes a um preço atrativo. Mostre métricas como CAC ou ROI de marketing, e LTV. Você pode incluir mais detalhes como funil e métricas no apêndice.

8. Time:

Como apresentado antes nesse artigo, grande parte dos investidores que eu conheço vão primeiramente direto para esse slide. Nele, apresente o time de founders, seus papéis, suas experiências e porque vocês são investíveis.

Se tiver outros membros do time que são notáveis incluá-los.

Inclua logo de empresas e universidades, se forem relevantes.

9. Tração / Milestones:

Mostre o progresso da empresa e qual o patamar hoje através de uma ou duas das métricas que mais importam. Busque apresentar que a adesão ao seu produto está sendo orgânica.

Esse é um dos pontos mais importantes no processo de fundraising. Se aproveite dele.

10.Fundraising (se estiver captando):

Se estiver captando e souber quando precisa, apresente o valor e como/onde usará os recursos. Dê alguns sinais de onde chegará com esses recursos daqui a 12 ou 18 meses.

Esse slide é bem delicado porque pode gerar polêmica perdendo toda empolgação e convencimento que você está construindo apresentando o seu pitch deck. Caso ele veja valores muito fora da realidade, ou muito abaixo, pode mudar toda a percepção de credibilidade que ele tem em relação ao empreendedor.

Como falei no meu post anterior, eu recomendo NUNCA sinalizar valuation (valor da empresa ou equity que estão dispondo pra essa rodada), a não ser que já tenha um term sheet assinado. Colocar o valuation da empresa no deck você está criando um valor de mercado pra sua empresa e, se esse valor é muito alto, muitos investidores irão cair fora na hora que virem, ou, se o valuation for muito baixo pode significar que você está se diluindo muito ou mostrando algum desespero.

Se o investidor se interessar pelo negócio, vocês negociarão na próxima fase do processo. Deixe o mercado precificar a sua rodada.

11.Visão de Futuro:

Apresente como os founder veêm o futuro desse Mercado e como seu Produto vai atender. Mostre uma visão única dando algumas evidência que o mundo vai andar para esse caminho. Dê alguns indícios de como você vai fazer isso acontecer. Aproveite esse slide para ampliar a visão do investidor e empolgá-lo.

Apêndice - Outros slides para se preparar:

13. Modelo e planejamento financeiro
14. Roadmap de negócios e de produto
15. Unit economics / métricas
16. análises de CAC (por canal e testes)
17. Análises Cohort e de recorrência
18. Plano Go-to Market
19. Destaques na imprensa
20. NPS e Satisfação dos Clientes
21. Demo de produto e features
22. Pipeline / análise de funil
23. Outros riscos
24. Potential exits / atividade M&A nesse mercado

Para encerrar

O deck de investimento é só uma pequena peça no seu processo de fundraising. Existem empreendedor que utiliza essa ferramenta para realmente vender o plano, e investe tempo na elaboração.

Não busque forçar a barra com números ou induza a uma análise errada, como, por exemplo, crescimentos em base de números pequenos. Isso pode te complicar no processo, mostrar que está tentando de fato forçar a barra ou enganando o investidor.

Sempre comprove as informações através de dados e suas fontes no rodapé. Se é um estudo ou pesquisa própria, vale mencionar brevemente como e qual a base desse estudo.

Também, é importante colocar a data de atualização na capa do documento. Muitos investidores olham, enviam para colegas, nesse processo pode se perder a referência de data dessa apresentação. Por isso importante mencioná-la em algum lugar.

Não esqueça de deixar seus contatos no deck, normalmente no slide final. Ao terminar uma apresentação, o último slide é o que fica mais tempo aberto na TV ou no telão.

Existem bastantes templates e exemplos disponíveis na internet. Você pode usar eles para iniciar e ter algumas idéias mas, não esqueça, traga insights únicos. Isso é o que realmente sobressai.

Mais alguns links de referência para te ajudar na construção:

Guilherme Lima
https://twitter.com/@galima_


Deck de Investimento: Como fazer? was originally published in DealflowBR on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.

Como é definido o Valuation de uma Startup?

DealflowBR

Essa é uma das perguntas que mais recebo dos empreendedores com quem eu trabalho, e umas das mais difíceis de responder pois, de fato, não existe apenas uma técnica ou um metodologia universal e ainda, pelas incertezas, existem quase infinitas variáveis.

Algumas startups podem ser apenas uma ideia, com pouco ou nenhuma receitas, gerando prejuízos operacionais, em mercado imaturos ou a serem criados, produto nunca antes vistos que ainda estão em versão beta(em teste), diferentes perfis de times de fundadores e diferente necessidade de capital etc…Tudo isso traz alta incerteza de sucesso que dificulta muito o calculo.

Porém, apesar dessa dificuldade, existem alguns métodos e padrões que são utilizados por investidores Venture Capital experientes, e empreendedores, na liderança da construção de uma rodada de investimento ou negociação de valuation.

Nos sapatos dos investidores

Antes de pensar em valuation, é importante entender a ótica e as motivações dos investidores de Venture Capital.

No âmbito de investimento privado em empresas, a definição do valuation normalmente é baseado em:
1) o potencial de geração de fluxo de caixa da empresa ao chegar na sua sustentabilidade,
ou
2) o valor da empresa em um Exit (na liquidação do negócio).

Ambos, geralmente, sendo descontados às taxas de risco inerente ao sucesso do negócio.

Cada investimento de Venture Capital em estágio diferente tem uma expectativa de retorno baseado no risco do negócio e no tempo até retornar o investimento.

Como visto no gráfico acima de funil de VC da CBInsights, quanto mais cedo o investimento Venture Capital, maior a probabilidade de insucesso, portanto maior o risco, além de um maior tempo para trazer o retorno.

Portanto, é importante ter em mente conceito básico de investimento de Risco vs. Retorno onde quanto maior o risco, maior deverá ser o retorno esperado pelo investidor.

Com isso, cada investidor de estágios diferentes esperarão um retorno diferente ao outro em relação ao risco tomado.

Por exemplo:

  • Um Investidor Anjo que normalmente investe em um portfolio de Startups em Pre-Seed ou Seed, com apenas com um MVP, sem times completos constituídos, buscará o retorno mínimo do seu portfolio por volta de acima de 10x a 20x, em 7 a 10 anos, que, portanto, traz uma exigência de uma taxa de retorno(TIR) de ~40% ao ano.
  • Um Fundo de Venture Capital, que normalmente investe em Startups em Seed e Series-A, por exemplo, com um produto no mercado, iniciando uma tração relevante, buscará um retorno do seu portfolio por volta de 4x-10x, em 5 a 8 anos, que, portanto, traz uma exigência de uma taxa de retorno(TIR) de ~30% ao ano.

A métrica de retorno exigido é o principal influenciador e motivador do investidor em relação aos investimentos em Startups que, portanto, ditará muito o valuation nas rodadas das Startups.

A negociação e o mercado

Alguns mentores que tive na área de negociação me falam que investimento em startups é mais uma questão de termos do que valuation por si só. Dependendo dos termos, como liquidation preferences, anti-diluição, podem ser muito mais relevantes na questão do sucesso do investimento ou retorno para o investidor do que o próprio valuation de entrada. Aos empreendedores, as questões dos termos dos investimentos devem a mesma atenção, ou mais, que o próprio valuation .

Na negociação do valuation, normalmente, o investidor vai querer um valor mais baixo, ou melhores termos para aumentar o potencial do retorno ou as chances de uma saída com sucesso, e o empreendedor vai querer o maior valor para valorizar mais a empresa e evitar sua diluição e perda de controle.

Mas o fato é que, normalmente, se tem dois bons negociadores de cada lado da mesa que fecharam negócio, nenhum dos dois saíra muito feliz com a negociação. Em caso contrário, se um dos dois for um mal negociador, um deles pode sair mal no fechamento do negócio ou, pior, não saíra negócio.

O que quero dizer aos empreendedores neste ponto é que o preço normalmente é dado pelo mercado ou pelo investidor, e o poder de persuasão e negociação por parte dos fundadores poderá trazer melhor resultado em questão do valuation.

Pontos importantes da negociação do valuation entre Investidor e Empreendedor

Na hora de negociar o valuation, tanto o investidor, quanto o empreendedor, devem ter em mente que:

Se o valuation da Startup for muito alto:

  • O investidor poderá não visualizar um suficiente retorno esperado por ele em relação ao risco que enxerga neste investimento.
  • Pro empreendedor, ele poderá enfrentar dificuldade para fazer rodadas seguintes, já que na rodada seguinte os investidores da rodada anterior esperarão uma valorização da Startup, ficando caro para os próximos investidores e dificultando a negociação. Num pior cenário podendo ocorrer até um down-round, uma rodada reduzindo o valuation da Startup em relação a última rodada, o que comprometeria muito o captable e o futuro da empresa.

Se for um valuation muito baixo:

  • Diluição muito grande dos fundadores, que pode trazer uma eventual desmotivação por terem pouca participação ou ainda a perda antecipada do controle da empresa(participação menor que 50%) dos empreendedores, detentores da alma e do plano de negócio.

Fatores que influenciam(muito) na definição do Valuation de uma Startup:

  1. As “Regras de ouro” do Stage investing:
Atualizado em 17/10/2018. Retirado do post “Entendendo o processo de FUNDRAISING para Startups” https://medium.com/@galima_/o-que-aprendi-trabalhando-2-anos-com-startups-em-fundraising-no-brasil-pt-1-c092ad89fa8f

Dentro desses estágios, alguns dos principais fatores de onde sua Startups se localiza dentro de cada um deles são:

  • Necessidade de capital
  • Captable e diluição
  • Performance recente como evolução do produto e crescimento mensal (Product-Market-Fit)

2. O Valuation da última rodada e a evolução desde então: o valuation da sua rodada representará um marco para o valuation da próxima rodada. Junto a isso, a avaliação do investidor levará em conta a evolução da empresa desde lá, o que foi feito com os recursos e quais os resultados alcançados.

3. Competição para investir na sua Startup: normalmente quanto mais investidores na sua rodada, maior o tamanho do investimento e, portanto, maior o valuation para alocar todos investidores. Exemplo: Neon recebe o maior investimento Series A do Brasil com 6 fundos VC na rodada.

Ainda, apenas tendo um term-sheet, a Startup já terá a base do valuation para negociações, sendo assim, se tiver outros investidores na jogada, terão que cobrir a oferta para competir pelo investimento.

Importante: não faça leilão. O que você pode fazer é, depois de receber um term-sheet de um investidor, pedir, gentilmente, ao investidor que você mais gostaria para que ele faça uma proposta.

4. Capacidade do time de liderança: normalmente o histórico do time, como a experiência e o sucesso como empreendedor, pode reduzir bastante o risco e aumentar o valuation. Exemplo: Yellow recebe rodada Seed de US$ 9 milhões da Monashees e fundo Russo.

5. O tamanho e a atratividade do mercado: O seu tamanho do potencial do seu mercado diz muito sobre o potencial do seu negócio, atraindo, por exemplo, maior demanda por investimento dos fundos nesses mercados.

6. Ponto de entrada do investidor: Alguns fatores do investidor possa forçar a negociação do valuation para baixo como, por exemplo, se o fundo tiver um limite de “valor máximo de valuation de entrada” ou, para cima, onde o fundo tenha alguma demanda interna ou interesse estratégico que o fragilize na negociação para o investimento acontecer como, por exemplo “fim do prazo para investimento do fundo”.

7. Finanças e métricas acima do benchmarks: Como será visto a frente, os principais métodos de avaliação de valuation levam em conta a referenciação das métricas da Startups com o mercado que, portanto, elevarão o valuation da Startup com métricas superiores aos benchmarks.

Métodos de avaliação de investimento de Venture Capital

Os métodos mais utilizados pelos investidores são:

  • Transações Comparáveis — Comparação do valuation com o das transações e rodadas de empresas com perfil similar.
  • Venture Capital Method —A partir da definição do Valor da Empresa no futuro, no momento do retorno do investimento, usualmente no momento do Exit. Esse valor é trazido a valor presente pela taxa de retorno esperada pelo investidor.
  • Múltiplos de Mercado — Comparação de valuation em razão de métricas de outras empresas do mesmo mercado como Receita, EBITDA, Lucro Líquido ou outras métricas operacionais sobre o valor da empresa comparada. Por exemplo, múltiplos como Valor da Empresa sobre Vendas(EV/Sales) ou Valor da Empresa sobre EBITDA (EV/EBITDA). Para early-stage, até o estágio de Series-A, a métrica mais utilizadas são métricas de receita e crescimento.

Outro métodos pouco menos utilizados:

  • Fluxo de Caixa de Descontado — Descontar o fluxo de caixa da empresa ao Custo de Capital.
  • Book value — Valor Patrimonial Contábil.
  • Berkus Method — adição de valores ao valuation a partir da avaliação dos principais vetores de criação de valor(Value Drivers) básicos das empresas.
  • Scorecard Method — Método utilizado para valuation de empresas pre-revenue(sem faturamento), através da comparação de Value Drivers em relação a outras empresas de mercado.
  • Fórmulas — Utilizado para aquisição de empresas para contratação do empreendedores e time, os chamados Acquihires. Normalmente utilizam formulas de adição de valor em relação aos membros do time. Por exemplo R$ 500k x nº de engenheiros, R$ 1 milhão x nº de fundadores, etc…

Neste link tem planilhas para cálculo pelos métodos VC Method, Berkus Method e Scorecard Method: http://www.vcmethod.com/

Algumas observações finais para empreendedores

No final do dia, um super produto, um super time ou um grande TAM ainda podem trazer alguma subjetividade na análise de valuation. Com isso, o investidor buscará métricas para referenciar a análise e a métrica mais utilizada é a receita e o histórico recente de crescimento.

Neste sentido, como visto, muitas métricas utilizam receita ou métricas operacionais como referência para valuation, portanto, a forma mais assertiva de aumentar o valuation da sua Startups é aumentar as vendas e ter uma alta taxa de crescimento.

Também, na hora de discutir o valuation é bom estar preparado com bons argumentos para defender ou referenciar o valuation da sua Startup.


Como é definido o Valuation de uma Startup? was originally published in DealflowBR on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.